... eu, na minha Empresa, não quero cá gente azarada!

- Oh Dr. Parra Branca, há mais de três anos que você não me fala de outra coisa. Não me trás ideias novas? Não continuamos a ser rentáveis? Não fechamos os projectos na hora? Não temos credibilidade junto dos Clientes? Não temos uma equipa muito competente? A nossa marca não continua forte? Face à concorrência, não estamos muitíssimo bem? Não temos, há mais de 10 anos, todos os indicadores fortíssimos?
- Professor Dr. Pereirinha da Moita, tudo isso é verdade, felizmente. Mas tem que reconhecer que temos tido, também, sorte. Muita sorte!
- Mas a sorte é imprescindível! Ninguém sobrevive sem sorte! Na minha Empresa nunca ensinei ninguém a desprezar a sorte, até pelo contrário! E a sorte quando insiste em nos acompanhar tem que ser...
- Peço desculpa por o interromper, Professor Dr. Pereirinha da Moita. A Empresa tem que contratar mais 20 Técnicos, sob pena de não podermos garantir que o Departamento consiga acompanhar os projectos em curso, quanto mais abraçar novos projectos. Lembre-se que ganhámos recentemente Londres, Paris e Madrid. E tudo indica que poderemos brevemente ganhar Nova-York, Luanda, Maputo e Dili.
- Oh Dr. Parra Branca, você é persistente. Temos orçamento para esses Técnicos todos?
- Até para o triplo, Professor Dr. Pereirinha da Moita.
- Está bem! Ponha lá o anúncio no jornal!
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- Professor Dr. Pereirinha da Moita, recebemos 10.000 respostas ao concurso. Todas as cartas estão na sala de reuniões. Qual será a melhor forma de seleccionarmos estes candidatos?
- Oh Dr. Parra Branca, nem precisa de ter a maçada de abrir as 10.000 cartas. Retire 20 cartas aleatoriamente e chame as pessoas para se apresentarem já na próxima semana. Deite fora todas as outras cartas.
- Oh Professor Dr. Pereirinha da Moita, mas assim, deitando fora 9.980 cartas, corremos o risco de rejeitar muitas candidaturas boas, melhores do que as escolhidas.
- Faça o que lhe digo, Dr. Parra Branca! Esta Empresa é há muito tempo acompanhada pela sorte e vai continuar a ser. Essas 20 cartas correspondem a 20 candidatos que terão a sorte de serem escolhidos por si e eu, na minha Empresa, não quero cá gente azarada!